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Dia dos Pais: os desafios da paternidade e masculinidade
08/08/2024 16h25 - Atualizado em
08/08/2024 16h34
A paternidade e a masculinidade têm sido tema de pesquisas, estudos e atenção de especialistas para compreender os efeitos que um pode causar no outro. Atenta a esta questão, a equipe de Reinserção Social da Rede Abraço promoveu um encontro de reflexão e bate-papo com integrantes de grupos terapêuticos na manhã da última quarta-feira (7), em Vitória.
Na abertura, o violinista Israel Porto Silva, do Instituto Artes sem Limites, contemplou pais e filhos com canções marcadas por muita história, nostalgia e representatividade de força e coragem. Segundo Israel, a música, além de utilizar técnicas de relaxamento, leva harmonia entre as pessoas e contribui significativamente com a saúde cerebral. “A emoção do ser humano pode acontecer desde uma música que ele escuta na infância, que um pai cantava ou ainda na lembrança de um amigo. A música sempre vai tocar nas pessoas”, afirma.
O psicólogo clínico Carlos Marcelo, que estuda a relação entre os dois conceitos, falou sobre a experiência singular e objetiva que é ser pai e/ou filho, e como essas questões, mesmo envolvendo dores e feridas do passado, precisam ser desintoxicadas, especialmente na família e no convívio com os filhos.
O especialista acredita que a data em que é comemorada o Dia dos Pais (todo segundo domingo de agosto) pode ser um período muito controverso, pois para muitos tem um significado de alegria e gratidão, mas para outros e para as pessoas que estão inseridas nos serviços de saúde pública, em situação de uso de álcool e outras drogas, talvez seja uma data de sofrimento, mágoa e marcas.
“É preciso reconhecer essas dores para que possamos ser homens responsáveis, sensíveis, participativos, atuantes onde estivermos na sociedade, especialmente na família e na vida dos filhos. Somente com esse entendimento e autoaceitação conseguiremos ter subsídios para curar as feridas de violência, abandono, omissão e, consequentemente, nos tornarmos homens e pais mais presentes e compassivos”, acredita.
A masculinidade tóxica são as ações prejudiciais e negativas dessas atitudes, tanto para o próprio homem quanto para aqueles em sua volta. Nesse caso, afetando a criação dos filhos através dos ensinamentos e aprendizados. O psicólogo faz uma reflexão na história lembrando que a construção social que o homem tem é de uma invulnerabilidade, de uma fortaleza falsa de que homem não chora, não tem dores, mas que segundo Carlos Marcelo, muitos definham dentro de suas armaduras socialmente construídas, altamente destrutivas.
“Então espaços de cuidado e de novas oportunidades, como o da Rede Abraço e das comunidades terapêuticas, são ofertas fundamentais para que essa troca seja possível, ou seja, para que homens consigam identificar e compartilhar suas vulnerabilidades e demandas, porque ao reconhecer a dor, a aceitação do tratamento e o compartilhamento dos ‘remédios’, o indivíduo abraça o cuidado e o afeto que curam”, finaliza.