Nesta semana, a equipe do Centro de Acolhimento e Atenção Integral sobre Drogas (CAAD) de Linhares participou da oficina de formação “Nem tão Doce Lar”, promovida pelo Centro Margaridas, em parceria com a Fundação Luterana de Diaconia.

O encontro abordou as diversas formas e ciclos da violência doméstica praticadas contra crianças, adolescentes, mulheres e pessoas idosas. O objetivo foi fortalecer a atuação dos profissionais, destacando a importância da escuta ativa, do acolhimento qualificado e da articulação em rede para o enfrentamento dessas violações de direitos.

Segundo Juliana Brunoro, uma das referências técnicas da Rede Abraço em Linhares, ações como a formação ajudam a compreender as múltiplas formas de violência e a desmistificar algumas crenças relacionadas a elas.

"Para nós, é muito relevante a participação da rede e da sociedade em ações como esta, especialmente na Exposição Interativa, pois contribui para desmistificar algumas crenças, como a de que as agressões acontecem apenas em função do uso de bebidas alcoólicas. Na maioria dos casos, a pessoa agressora já apresenta comportamentos violentos, e o uso de álcool ou outras drogas apenas potencializa esses atos. Antes da violência física, muitas vezes ocorrem outras formas de agressão, como a psicológica e a moral, com o objetivo de fragilizar a vítima. Por isso, é fundamental estarmos atentos aos sinais, para que possamos oferecer acolhimento, atendimento e os devidos encaminhamentos às vítimas de violência”, conta Juliana. 

A equipe da Rede Abraço que esteve presente na formação também acompanhou acolhidos e familiares durante visita à Casa Exposição “Nem tão Doce Lar”. No local, foram apresentados cenários de uma residência com sinais de violência, com o intuito de sensibilizar os participantes ao mostrar que, muitas vezes, ambientes marcados por agressões são naturalizados no cotidiano.

“A formação foi fundamental para destacar à equipe de atendimento do CAAD, a importância de considerar a integralidade no cuidado oferecido pelas políticas públicas. Isso significa olhar para o sujeito em sua totalidade, abrangendo as dimensões física, mental, social e cultural, e não apenas focar na doença ou problema específico. Essa abordagem busca atender todas as necessidades do indivíduo, promovendo um cuidado mais completo e eficaz, que considere o contexto em que ele está inserido e a necessidade de articular e encaminhar para a rede socioassistencial e de saúde”, finaliza Giane Brito, referência técnica do CAAD Linhares.