A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad) lançou o 5º Informe do Subsistema de Alerta Rápido sobre Drogas (SAR) - Canabinoides Sintéticos: dados sobre a oferta, demanda e desafios no Brasil. O evento online de lançamento foi promovido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Senad, em parceria com o Comitê Técnico do SAR. Clique aqui para acessar o informe. 

Os canabinoides sintéticos são substâncias químicas que se ligam a receptores canabinoides que existem no corpo, inclusive no cérebro. Pertencem ao grupo das Novas Substâncias Psicoativas (NSP). De acordo com o 5º Informe do SAR, já foram identificadas mais de 330 drogas dessa classe.  

Popularmente conhecidas como “drogas K” (K2, K4, K9), spice, selva, cloud9, entre outros nomes, essas substâncias possuem composição molecular variada e não estão estruturalmente relacionadas aos canabinoides naturais encontrados na planta de cannabis, não sendo correto, portanto, o termo “maconha sintética”. 

Segundo Gabriel Andreuccetti, estatístico do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) em Viena, os canabinoides sintéticos são geralmente fumadas e seus efeitos começam minutos após a inalação da fumaça. O início de pico e a duração dos efeitos são mais curtos que os observados para o consumo de canabinóides de origem natural, mas apresentam riscos maiores. 

Apreensões 

As Novas Substâncias Psicoativas (NSP) já foram identificadas em apreensões de drogas em oito estados do país, entre eles o Espírito Santo. De acordo com dados da Superintendência de Polícia Técnico-Científica da Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), vinculada à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) o número de apreensões de NSP no Estado subiu de 73 em 2019 para 128 em 2022. 

Suspeita de intoxicação 

O informe também traz algumas recomendações para os profissionais do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) em caso de suspeita de intoxicação por substâncias químicas:

• Entrar em contato imediatamente com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) mais próximo;

• Identificar o agente tóxico e a quantidade a que a vítima foi exposta;
• Nunca oferecer leite, água, qualquer outro alimento ou medicamentos;
• Nunca provocar vômitos;
• Nos casos de contato com pele ou olhos, lavar o local com água em abundância;
• Encaminhar o paciente ao serviço de saúde mais próximo;
• Retirar roupas impregnadas com o agente tóxico;
• Levar ao serviço de saúde a embalagem, o rótulo ou a bula do produto a que a vítima foi exposta;
• Não entrar em contato direto com o agente tóxico;
• Ao manipular materiais suspeitos, usar Equipamentos de Proteção Individual (EPI), tais como luvas, óculos e máscaras.

Subsistema de Alerta Rápido sobre Drogas (SAR) 

A missão do SAR é coletar, reunir e analisar dados para diagnosticar a situação quando identificado o surgimento de uma nova substância psicoativa (NSP). O intuito é avaliar o grau de disseminação pelo país e emitir alertas qualificados sobre protocolos e recomendações para a população e para os profissionais, principalmente os das áreas de saúde e segurança pública. Clique aqui para acessar outros informes do SAR.