O Conselho Estadual sobre Drogas (Coesad) encerrou, no último dia 16, seu calendário de 2025, com a realização da última Reunião Ordinária do ano. A plenária foi marcada pela aprovação de dois importantes documentos que irão direcionar e gerar avanços significativos nas políticas sobre drogas no Estado nos próximos anos.  

A primeira pauta da reunião foi a discussão do planejamento orçamentário do Fundo Estadual sobre Drogas (FESAD) para 2026. 

A proposta aprovada pelo Conselho estabelece que a maior parte dos recursos do Fundo sejam destinados para o desenvolvimento de pesquisas no campo das políticas sobre drogas. Esses estudos serão viabilizados por meio de parceria com universidades e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), reforçando o compromisso com a produção de evidências científicas.

Em seguida, a plenária deliberou sobre o Plano Estadual de Políticas sobre Drogas (Planesd) para o quadriênio 2026–2030. Foi realizada uma exposição detalhada de cada eixo do Plano e o documento foi aprovado pelos conselheiros e representantes da sociedade civil.

O Planesd tem como objetivo consolidar a intersetorialidade e fortalecer a articulação entre as diferentes áreas e serviços de atendimento à população para implementação de ações voltadas tanto à diminuição da oferta de drogas quanto à atenção às pessoas que fazem uso dessas substâncias.

Ao fazer um balanço de 2026, o presidente do Coesad, Carlos Lopes, reforça que o Conselho atingiu um novo patamar de maturidade institucional, encerrando as atividades com a aprovação de todas as matérias submetidas ao órgão.

“O grande marco deste ano foi, sem dúvida, o processo participativo e técnico de construção do Planesd. É importante reforçar que não estamos entregando apenas um documento, mas uma estratégia sólida, construída a muitas mãos, que norteará as políticas públicas do nosso Estado pelos próximos anos - algo que nunca havia sido realizado anteriormente. O Planesd é a materialização do nosso compromisso em sair do campo das ideias e partir para uma atuação baseada em evidências, integração e, acima de tudo, no cuidado com as pessoas”, afirma Lopes. 

Raoni Vieira Gomes

Conselheiro e representante da Ordem dos Advogados do Espírito Santo (OAB)

“Acredito que o Conselho precisa em alguns momentos se posicionar de forma mais contundente em relação a determinadas questões. No entanto, de maneira geral, ele tem contribuído de forma significativa para a construção de uma política nacional de drogas. Embora não tenhamos um poder decisório amplo, podemos contribuir de maneira efetiva para a construção das políticas públicas sobre drogas, tanto no presente quanto no futuro. Essa é, sem dúvida, a sua maior relevância”.

Luiz Cesar Ferreira de Oliveira

Coordenador do Serviço de Acolhimento Residencial Transitório (Alfa)

“O Coesad se tornou um espaço muito mais democrático e respeitoso. No passado, enfrentávamos muitas dificuldades nesse sentido. Hoje, a expectativa é muito positiva, pois contamos com um grupo de alta qualidade, com a participação de diversas instituições em nível estadual. Além disso, temos um fato inédito: o Plano Estadual de Políticas sobre Drogas, que foi votado e incluído no sistema do governo. Acredito que no próximo ano, o Conselho continuará transformando a história das políticas públicas sobre drogas no Estado do Espírito Santo”