‘Conectando histórias’: Rede Abraço realiza 1° Encontro dos Acolhidos e Familiares

09/12/2024 15h08 - Atualizado em 10/12/2024 09h49

Muitas surpresas e emoções marcaram o 1° Encontro dos Acolhidos e Familiares da Rede Abraço, na última sexta-feira (06), no Auditório do Colégio Estadual, em Vitória. O encontro, com o temaConectando Histórias”, foi realizado para fortalecer os laços e mostrar a cada acolhido e familiar que não estão sozinhos, e que é possível, sim, celebrar novos momentos e sonhos. Com o Auditório lotado, o evento reuniu histórias de superação entre os presentes e os servidores dos três CAADs, das SARTs e representantes do Qualificar-ES.

O subsecretário de Estado de Políticas Sobre Drogas, Carlos Lopes, destacou que o momento foi fundamental para que os acolhidos e seus familiares, que estão em um processo de reconstrução, resgatem a força de vontade que existe dentro de cada um.

“A vida é feita de altos e baixos; todos nós, em algum momento, vivemos momentos felizes e tristes. Tomamos decisões acertadas, mas também cometemos erros. E é uma grande alegria saber que, quando erramos, ainda temos tempo para corrigir nossos passos. Além disso, temos pessoas que nos acolhem, como muitos familiares e a Rede Abraço, que existe para acolher ambos. Quem acompanha mais de perto esse programa sabe das dificuldades que enfrentamos. Mas todas as pedras lançadas em nosso caminho se tornam pequenas quando temos a chance de estar aqui, neste momento, e ver quantas vidas foram tocadas e transformadas por esse projeto”, destaca o subsecretário Carlos Lopes.

Troca de experiências

Falar sobre o passado e suas experiências diante de um público nem sempre é tarefa fácil. No evento, acolhidos e familiares compartilharam suas vivências e incentivaram os demais presentes. Entre eles, está a familiar Patrícia Marques, que atualmente está em acompanhamento no grupo de mulheres e familiares no CAAD Vitória.

Segundo ela, é fundamental compartilhar sua história para incentivar familiares que estão pensando em desistir do autocuidado a continuarem o tratamento para se manterem fortes nesta jornada. “Cheguei na Rede Abraço fragilizada, triste, abatida e, hoje, me sinto muito feliz. Tive o privilégio de conhecer o Programa. Por isso, é importante incentivar os acolhidos e, especialmente, todos os familiares a continuarem o tratamento e participar das reuniões. A partir dos grupos que participei, entendi que, com a minha mudança, posso mudar o meu filho também. Eu sempre falo com os familiares que nós devemos primeiramente mudar o nosso comportamento”, conta Patrícia Marques.

A acolhida e personal trainer Patrícia Teixeira Ferreira também compartilhou sua história e se tornou fonte de inspiração aos demais. Segundo ela, o encontro possibilitou a união dos acolhidos e familiares num momento de muita gratidão e celebração pelas histórias de superação contadas.

“O evento agregou valor, possibilitando a aproximação dos acolhidos e familiares, visto que, na maioria das vezes, as consultas são em dias diferentes e depoimentos com vivências diversas podem incentivar uns aos outros a continuarem em busca de um futuro melhor. Acredito que é para isso que a Rede Abraço existe, para ajudar e transmitir a mensagem de que é possível uma mudança de vida para todos”, ressalta a acolhida Patrícia Ferreira.

A assistente social Leovegilda Gomes, que, desde 2018, atua nos grupos familiares da Rede Abraço, conta que o trabalho realizado na Rede Abraço é baseado em escuta, avaliações minuciosas para cada caso e terapias, de forma que o Programa seja um espaço de esperança e também de orientações para auxiliar os familiares que lidam com entes queridos em situação de vulnerabilidade.

“É muito gratificante ver de perto laços familiares se reestruturando, apesar de muitos casos complexos, uma vez que a família chega para o atendimento sem saber como conduzir a situação e sem a orientação necessária. E, por isso e para isso, realizamos esse trabalho de levar mais conforto e lucidez nas decisões, além de orientá-los que limites são imprescindíveis para que eles não se tornem facilitadores do problema da drogadição e consigam entender e aceitar o processo”, explica a assistente social Leovegilda Gomes.

Durante o evento, ocorreram apresentações musicais do acolhido João Batista e do servidor Rafael Reis, que emocionaram os presentes com músicas sobre conquistas e esperança. A reunião foi finalizada com a transmissão de um vídeo de homenagem aos acolhidos feito pela Rede Abraço.

 

Texto: Júlia Paranhos

Indicadores do Programa Estadual sobre Drogas desde 2019