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Rede Abraço, Polícia Científica e ICEPi dialogam sobre a construção de estratégias conjuntas de cuidado
16/07/2025 10h25 - Atualizado em
16/07/2025 16h45
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Nesta terça-feira (15), a Rede Abraço promoveu uma reunião entre a Polícia Científica e o Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), da Secretaria da Saúde (Sesa), para alinhar e articular ações conjuntas. Durante o encontro, foram discutidas as preocupações com o surgimento de novas substâncias psicoativas — geralmente sintéticas, com alto potencial de causar dependência e provocar quadros de intoxicação aguda —, além disso, compartilhados os desafios enfrentados no cotidiano dos atendimentos à população em situação de rua.
A articulação inicial entre os atores envolvidos faz parte da proposta de estabelecer estratégias conjuntas para a identificação e análise das substâncias em uso por pessoas em situação de vulnerabilidade. Com esse conhecimento, é esperado desenvolver fluxos de informação entre as equipes, ampliando o entendimento sobre as formas de uso e os efeitos advindos de possíveis interações, de modo a traçar os melhores projetos de cuidado para essa população, conforme suas necessidades específicas.
De acordo com a gerente de Avaliação, Estudos e Informações sobre Drogas da Rede Abraço, Nathalia Borba, a proposta de construção de um novo fluxo intersetorial é uma forma de fortalecer a política sobre drogas no Espírito Santo, integrando atores que operam em diferentes áreas, de modo que o conhecimento gerado em um ponto, possa alimentar o outro e contribuir para o aprimoramento do cuidado prestado às pessoas com necessidades decorrentes do uso de substâncias psicoativas.
“Nós não acreditamos que a política sobre drogas possa ser efetiva se cada setor trabalhar de maneira isolada, ilhados em suas áreas específicas. Ao contrário disso, essa política deve ser intersetorial e isso implica em que os operadores de diferentes áreas tenham momentos como esse, de alinhamento e construção de estratégias compartilhadas. Há algum tempo fomos provocados pelas equipes de Consultório na Rua com relatos sobre os desafios relacionados ao uso de novas substâncias psicoativas. Durante o seminário da Semana Estadual de Políticas sobre Drogas, que aconteceu em junho desse ano, tivemos a oportunidade de debater esse tema com outros parceiros e daí surgiu a ideia de articulação com a Polícia Científica”, conta Nathália.
Segundo João Ferreira, coordenador das Equipes de Consultório na Rua do ICEPi, a articulação com o Programa Rede Abraço e a Polícia Científica, vai contribuir para o cuidado e acompanhamento das pessoas em situação de rua e vulnerabilidade.
“A construção do trabalho em Rede, talvez seja uma das maiores brechas que ainda temos no cuidado com a população em situação de rua. Quando conseguimos pensar estratégias para identificar aquilo que tem levado essas pessoas à morte, ou que, de alguma forma, tem roubado sua dignidade e cidadania, e fazemos isso em Rede, conseguimos ampliar o alcance e a efetividade do cuidado que oferecemos. O que estamos fazendo aqui é justamente isso: ampliando os espaços de diálogo para que possamos, juntos, fortalecer o cuidado e, lá na ponta, gerar um impacto real na vida de quem utiliza o SUS”, afirma João.
O alinhamento das ações com a Polícia Científica tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre o uso de drogas no Estado e, por meio da identificação de substâncias e suas possíveis interações, contribuir para o desenvolvimento de abordagens que promovam o bem-estar da população.
“A Polícia Científica atua diretamente no combate ao tráfico de drogas. Recebemos todas as substâncias apreendidas no Estado, realizamos a identificação e também atuamos na análise das drogas que têm causado mortes. Temos muito a contribuir com diferentes abordagens e na construção de políticas públicas integradas a outras áreas e setores”, destaca a diretora do Instituto de Laboratórios e Análises Forenses (ILAF) da Polícia Científica, Caline Airão Destefani.