Rede Abraço realiza Roda de Conversa alusiva aos 18 anos da Lei Maria da Penha

26/08/2024 17h24 - Atualizado em 26/08/2024 17h27

“A violência contra a mulher não é uma questão somente das mulheres, é um problema social, de saúde, da segurança pública, da educação, e não faz mal somente às mulheres, faz mal à toda sociedade. Por isso, precisamos enxergar e combater a questão da violência como um problema de todos nós”. A fala da Dra. Jeanine Pacheco, pesquisadora em estudos feministas e de gênero com foco em mulheres, trouxe uma importante reflexão para o auditório lotado da Rede Abraço, na manhã desta segunda-feira (26), durante evento alusivo aos 18 anos da Lei Maria da Penha.

Na abertura, o subsecretário de Políticas sobre Drogas, Carlos Lopes, lembrou que “as mulheres são portadores da vida e que a Rede Abraço não mede esforços para frear as múltiplas violências e tampouco vai negligenciar qualquer forma de crime contra as mulheres capixabas.” 

Em sua fala, Jeanine Pacheco trouxe reflexões sobre feminicídio, racismo, capitalismo, classe e todas as diversidades sobre o que é ser mulher. O encontro oportunizou diversos relatos e experiências pessoais de mulheres e reforçou como os setores e instituições da sociedade precisam se envolver cada vez mais nessa questão, por ser um problema da sociedade como um todo, olhado por vários ângulos, com um cuidado mais integral e transversalizado sobre o problema. 

“Todas as nossas políticas públicas e avanços, sobretudo na área da saúde, foram conquistados através das mulheres, que se uniram e reivindicaram. Então considero tais feitos como conquistas legítimas das mulheres, que se organizaram, reagiram, mostrando a potência feminina para conquistar essas políticas em defesa dos seus direitos, e direito à vida”, explica.  

Com uma proposta lúdica para a reflexão, a especialista também abordou questões sobre as estruturas institucionais que atravessam a questão da violência contra a mulher, trazendo à tona o questionamento: “o que subjaz essa sociedade que desqualifica, oprime e mata mulheres? que faz com que as mulheres não consigam empregos, ou sejam as mais vulnerabilizadas em situações de crise, como na pandemia da Covid-19? o que acontece por trás dessas estruturas e fazem com que as mulheres estejam colocadas nessa situação?”, questionou.

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