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Consumo de álcool: definições e números do Brasil
07/12/2021 10h27 - Atualizado em
03/01/2022 16h43
Ingerir bebida alcoólica no happy hour, no churrasco no fim de semana e em aniversários, casamentos e formaturas é comum para muitas pessoas no Brasil. O que poucos sabem é se esse consumo é realmente moderado ou se já se tornou nocivo para a saúde física e mental.
Segundo o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), uma dose padrão de bebida alcoólica no Brasil equivale a 14g de álcool puro. Isso corresponde a 350 mL de cerveja, 150 mL de vinho ou 45 mL de destilado (vodca, uísque, cachaça, gin e tequila, por exemplo).
De acordo com essas definições, é considerado moderado o consumo de no máximo duas doses em único dia ou 14 doses por semana para homens. Para mulheres, as quantidades são de uma dose em 24 horas ou sete doses durante sete dias. Já a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, define consumo abusivo quando homens ingerem 5 ou mais doses ou mulheres bebem 4 ou mais doses em uma única ocasião no último mês. É também chamado de Beber Pesado Episódico (BPE).
A partir dessas definições, é possível constatar que muitos brasileiros não estão bebendo com moderação. De acordo com a Vigitel 2019, o padrão de consumo de 18,8% da população brasileira é de bebedor abusivo. Entre os homens, esse percentual é de 25,4%. Em 2010, esse número era de 27%. A ingestão de bebida alcoólica entre as mulheres, no entanto, aumentou nesse período. Em 2010, 10,5% delas tinha um consumo abusivo. Em 2019, esse percentual subiu para 13,3%. O levantamento também mostrou que subiu o consumo abusivo entre pessoas com mais de 55 anos. Em 2010, o percentual era de 8,9. Já em 2019, de 10,3%.
Para a doutora em Psicologia Social e psicóloga no Centro de Centro de Acolhimento e Atenção Integral sobre Drogas (CAAD), Juliane Macedo Manzini, são muitos os fatores que levaram ao aumento do consumo abusivo de álcool entre mulheres e idosos. “A sobrecarga de trabalho (dupla jornada em casa ou em outro local) e pressão das demandas familiares e domésticas, como o cuidado com os filhos e familiares. Já no caso dos idosos, podemos apontar o aumento da expectativa de vida e os efeitos do próprio contexto de envelhecimento como a viuvez, solidão, perda de amigos e aposentadoria”, analisa.