"Ser homem é?". Foi com essa pergunta que a formação com a temática "Trabalhando masculinidades no cotidiano dos serviços de acolhimento", teve início no auditório da Rede Abraço, em Vitória, na última terça (13). A ação foi pensada para aprofundar reflexões sobre conceitos como sexo, gênero, identidade, masculinidades e o uso de drogas, reunindo coordenadores, monitores, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais dos Serviços de Acolhimento Residencial Transitório Credenciados, os SARTs.

De acordo com a  gerente de Avaliação, Estudos e Informações sobre Drogas da  Rede Abraço, Nathália Borba, a formação foi pensada como um momento de troca sobre o assunto entre os Sarts, com base em estudos científicos, nas diretrizes do Programa Rede Abraço e nas experiências do trabalho cotidiano com os acolhidos nos serviços.

“O modelo hegemônico de masculinidade está relacionado a vários problemas sociais e os danos associados ao uso de drogas são alguns deles. Por isso, pensar estratégias para trabalhar esse tema com homens acolhidos nos serviços de acolhimento residencial transitório pode contribuir com a ampliação das perspectivas de cuidado. A proposta foi compartilhar reflexões e instrumentos de atuação”, afirma Nathália. 

SARTs sobre a formação

Gilberto Deolindo Destefani

Assistente social do Serviço de Acolhimento Residencial Transitório Alfa

“Achei extremamente positiva a iniciativa da formação. A apresentação foi clara e objetiva, abordando o tema de forma consistente. A formação transcorreu de maneira linear, mas a experiência como um todo foi enriquecedora, incentivando reflexões sobre nossa vida, formação e atuação social.”

Patrícia Gonçalves

Assistente social e responsável técnica no Serviço de Acolhimento Residencial Transitório Fênix

“Trabalho muito com as questões referentes à construção do sujeito, sejam territoriais ou sociais, e a experiência foi extremamente relevante, inclusive vamos aprofundar o tema no SART Fênix usando as ferramentas também compartilhadas como o documentário repassado para nós. Estou muito grata pela roda de conversa com pessoas que trabalham com o mesmo público que nós. Essa troca foi muito importante. Que venham outras formações. ”

Alexsandro Avancini dos Santos

Conselheiro terapêutico do Serviço de Acolhimento Residencial Transitório AASERDQ

"Gostei muito da formação, especialmente do momento em que falamos sobre as emoções das pessoas, principalmente sobre o homem, que muitas vezes tem medo de se tornar refém das próprias emoções. Isso tem raízes no machismo, nessa ideia de que 'ser macho' é segurar o que sente quando na verdade, esse bloqueio emocional prejudica tanto o pensamento pessoal quanto a convivência social."

Thiago Vieira dos Santos

Psicólogo do Serviço de Acolhimento Residencial Transitório ICAD

"A formação foi ótima. Muito dinâmica e com uma linguagem acessível, o que facilitou muito durante nossos diálogos. O tema proposto é muito pertinente, porque reflete uma realidade que vivemos tanto dentro quanto fora do Sart. É o momento de uma construção de conhecimento que nasce, a partir do diálogo com outros serviços como o nosso, algo realmente fundamental."