Consumo de álcool: definições e números no Brasil

06/02/2023 15h09 - Atualizado em 07/02/2023 14h05

A ingestão de bebida alcoólica durante o fim de semana, em aniversários, casamentos e formaturas é comum para muitas pessoas no Brasil. Em épocas como o Carnaval, por exemplo, muitas se sentem ainda mais estimuladas a beber álcool em desfiles, blocos, festas e praias. O que poucos sabem é se esse consumo é realmente moderado ou se já se tornou nocivo para as saúdes física e mental.

De acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), uma dose padrão de bebida alcoólica no Brasil equivale a 14g de álcool puro. Isso corresponde a 350 ml de cerveja, 150 ml de vinho ou 45 ml de destilado (vodca, uísque, cachaça, gin e tequila, por exemplo).

A partir dessas definições, é considerado moderado o consumo de, no máximo, duas doses em único dia ou 14 doses por semana para os homens. Para as mulheres, as quantidades são de uma dose em 24 horas ou sete doses durante sete dias.

Já a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, define consumo abusivo quando homens ingerem cinco ou mais doses ou quando mulheres bebem quatro ou mais doses em uma única ocasião no mês — situações também chamadas de Beber Pesado Episódico (BPE).

Essas definições constatam, portanto, que muitos brasileiros não estão bebendo com moderação. De acordo com a Vigitel 2021, o padrão de consumo de 18,4% da população brasileira é de bebedor abusivo. Entre os homens, esse percentual é de 25,6%. Em 2010, esse número era de 27%. A ingestão de bebida alcoólica entre as mulheres, no entanto, aumentou nesse período. Em 2010, 10,5% delas tinham um consumo abusivo. Em 2021, esse percentual subiu para 12,7%.

A psicóloga Nathalia Borba Raposo Pereira, que atua como referência técnica do Programa Estadual de Ações Integradas sobre Drogas (PESD), conhecido como Rede Abraço, do Governo do Estado, ressaltou que as desigualdades de gênero podem interferir ou mesmo se intensificarem com o uso de substâncias psicoativas.

“As mulheres são altamente cobradas pelo desempenho de papéis sociais e é mais comum que vivenciem sentimentos de culpa e vergonha diante da intoxicação por substâncias. Mas, paradoxalmente, o acesso aos serviços de cuidado parece ser mais dificultado para elas, seja por medo da discriminação ou pela dificuldade de conciliar a necessidade de tratamento de saúde com o cuidado da casa e dos filhos”, afirmou a psicóloga Nathalia Pereira.

  

Informação à Imprensa:
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